Até Quando?


De trabalho em trabalho, vou vivenciando as mais diversas histórias e situações que me colocam em desafio constante. A consultoria me permite ser advogada, administradora, psicóloga, amiga, irmã e por aí vai… Algumas vezes fico indignada com as situações que me deparo nesse dia-a-dia. Hoje eu resolvi falar sobre a luta das mulheres contra o assédio sexual*. O assédio sexual é uma das grandes aflições que atingem mulheres de todas as idades, classes e etnias. Tirando nossa liberdade! Seja de ocupar determinados espaços públicos ou de andar sozinha em determinados horários, de escolher o que vestir e hoje descobri até a privação do direito de ir e vir.

De repente tornou-se complicado até mesmo nascer bonita.

O problema está na própria sociedade demarcada pelo machismo. E a maioria das vezes no medo de denunciar por parte das mulheres atingidas pelo problema. Os homens acham que podem fazer o que querem com as mulheres, acham que os corpos delas são públicos. Na rua, levam cantadas e isso é tido como natural. Como isso pode ser natural?! Diga-se de passagem, que quando chegam a uma delegacia, ainda passam pelo constrangimento de perguntarem a elas que tipo de roupa estavam vestindo no momento do ocorrido. Em números estatísticos 80 % das mulheres que sofrem assédio preferem não prestar queixa.

O assédio não é apenas o ato sexual em si. Cantadas rejeitadas, piadinhas e comentários que colocam a vítima em situação de coação psicológica são enquadradas como assédio sexual.

Falar de assédio contra a mulher tornou-se tão extenso que talvez eu escreveria um longo texto com palavras indignantes em sua extensão. No entanto, é necessário apenas esclarecer aquilo que muitas vezes possa levar além da informação o encorajamento para as muitas mulheres que necessitam de um pouquinho de coragem para denunciar.

O assédio hoje está presente no trabalho, nos transportes públicos e acreditem até no convívio familiar.

Curiosamente muitas vítimas ainda são vistas como culpadas. Pasmem, mas isso é verdade! Viver o assédio nas ruas, viola ainda mais o sentimento da mulher, afinal, com que direito um cidadão pode me violar com olhares, palavras e até mesmo se achar no direito de acreditar que eu serei recíproca à sua atitude.

Mas agora atenção! Temos leis para combater este crime. E elas valem. Basta ter coragem para denunciar. Essas leis valem tanto para homem quanto para a mulher. Qualquer um dos dois podem ser sujeitos ativos do crime de assédio sexual, o mesmo ocorrendo em relação ao sujeito passivo. Assim, o fato pode ser praticado entre dois homens, duas mulheres ou um homem e uma mulher.

Sejam fortes, sejam mulheres e denuncie aquilo que não lhe faz bem. E cuidado! Um pequeno assédio pode ser apenas uma porta para um crime de maior perplexidade.

*Este texto está sendo dedicado há uma menina linda e sorridente que perdeu o brilho do sorriso quando me relatou o assédio que vem vivendo.

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